sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Talvez

È, vai ser bom!
Medo?
De que sonho?
Do sim ou do não?
Do talvez!

Pior é cavalgada de aranha
Molecagem de amigo traíra
Verdade contada, não vivida
Pescoço que vira comida
Calafrio de dor e pesar com gostinho de beijo
Um som, um arpejo na corda do velho instrumento
Que amarra o grito do encantamento

Caminho, trilha, estrada, beco, viela... sei lá...
É ir, só ir. Mas voltar. Voltar pra morrer
Afinal todos morrem. Até e os sonhos
Menos Deus!
Ah, morre sim, mas ressuscita
Renasce do humano medo de morrer para sempre
Ou da mentira contada, não vivida
Se é sim ou não? Não importa... o talvez alivia
Mantém esperança verde como a grama
Que os burros comem amarrados à guia

O que se quer?
O que pode ser mas não é
O que é mas não foi
O que foi, mas passou
O que o vento, temporal, furacão, covardia, tsunami, levou...
Onde está o que se quer?
No amanhã com carinho pra dar
No amor pra amar, no orgasmo pra ter
No sonho pra sonhar, nos velhos amigos pra poder conviver...

Ainda resta o medo de cair no talvez
De viver no talvez, de morrer no talvez
Mas não tem talvez na vida ou na morte: é sim ou não!
Ruim quando tudo é talvez!

Pior quando o não é um sim, vice-versa!


sexta-feira, 20 de março de 2009

Aaaaahhhh!

Vai. Vai sim. Mas vai aonde?
Vai de busão lotado ou de kombi que fala?
Vai pra boca de fumo ou pro baile funk?
Vai ser você mesmo ou macaco de yankee?

Vai aonde zé arruela?
Você nem sabia que arruela se escreve assim, não é, zé mané?
Então me fala, aonde você vai?

Vai à escola pra não estudar?
Vai ao bar só pra se embriagar?
Vai só na cachaça pro dinheiro dar?
Vai aonde, só ver o tempo passar?

Vai namorar só pra foder, sem amar?
Vai ser vagabundo ou morrer de trabalhar?
Vai dar um teco no pó,
Vai dar um dois na erva,
Ou vai a pedra de craque fumar?

Vai aonde, zé arruela?
Vai morrer de sede em frente ao mar!
Nem pra respirar você vai ter ar!
Nem pra morrer você vai ter lugar!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Surto de mim

Outro dia estava eu ali solto e preso
Solto de mim, mas preso em nós
De mim muito me queria e sonhava e nada fazia
De nós não nos queria e nada sonhava e muito fazia

Não mais por mim, não mesmo
Pouquíssimo por nós, mesmo, mesmo
Muito por ti, ou, somente por ti
E em outro dia ouvi:
Tu te tornas responsável pelo que cativas...
E é isso não mais, não mesmo, não mesmo

Outro dia andava eu e saí de um surto ileso
Surto de mim, mas ileso de nós
De mim muito me queria e sonhava e muito fazia
De nós não nos queria e nada sonhava e nada fazia