domingo, 2 de novembro de 2008

Cocaína

Eu aspiro a inspiração branca
Transporto-me a um poder surreal
Minha boca mastiga o nada
Meu sorriso é maior que o normal
Castigo o caminho, a trilha dos pés
Mordo o couro até sangrar a gengiva
Passeio feliz pelo deserto de pó
Não percebo, estou perdido e só

A garganta se fecha se tranca
Os olhos se pulam do rosto
Meu pensar se altera, avança
Mas meu coração pulsa torto
O delírio se torna dor
Porque o tempo é senhor
E ordena o cessar do prazer
Novamente o melhor é morrer

Temo tudo que está a minha volta
O vício a me apodrecer
Quero mais pra curar a revolta
Pra voltar a viver: no pó renascer
Até quando esperar o que não vem?
Não importa. O instante maior é nascer
Mas viver é azar ou é sorte?
Se o tempo é senhor da vida e da morte

3 comentários:

marcos farias disse...

Você tá falando do que eu acho que você está falando?Corajoso de sua parte...

Unknown disse...

Falo de cocaína. Onde está a coragem? Não entendi...

Unknown disse...

O que mais excita? O que mais destrói? Só o amor...